C H R I S T I A N E M A T A L L O
M A R C E L A B E N V E G N U
G I L B E R T O D E S Y L L O S
R A B E C Ã O D A S I L VA
apresentam:
PINCEL DO SOM
Tendo a música e a dança como principais elementos da cena,
“Pincel do Som” se configura no cenário da dança contemporânea mundial como um
trabalho inovador.
Não por simplesmente colocar duas bailarinas (Christiane Matallo
e Marcela Benvegnu), um músico (Gilberto de Syllos) e um instrumento de cordas
(Rabecão da Silva) no palco, mas sim, por não fazer distinções entre estas
funções, que dependem totalmente umas das outras no desenvolvimento da obra.
Obra na qual o movimento dos intérpretes é ativado pela idéia de
Ser um pincel, que a todo tempo, pinta um novo espaço que conseqüentemente gera
sons.
Desta forma, o trabalho se transforma a cada uma das cenas que
remete as sensações e vivências dos próprios artistas. “Pincel do Som” rompe em
alguns momentos com técnicas de dança pré-estabelecidas e permite que novos
caminhos e possibilidades de movimentos sejam encontrados, sem que os
intérpretes se prendam a uma única corrente estética.
Porém, por mais pesquisas e novas possibilidades de movimento
que as intérpretes realizem, elas sempre carregarão em seus corpos marcas de
suas próprias vivências, pois não há como desgrudá-las da própria carne.
Na contramão desta concepção, o instrumentista - bailarino não
profissional - encontrou com facilidade caminhos para realizar sua dança não
provida de estética ou influências durante o processo de pesquisa de movimentos
e laboratórios.
No trabalho, os corpos se desdobram, alcançam posições e formas
não convencionais aliadas ao instrumento. O movimento é música. E a música é o
próprio movimento dos corpos.
A trilha sonora do espetáculo, na qual fica nítida a
participação efetiva dos corpos dos intérpretes, foi composta especialmente para
a montagem e criada de uma maneira espontânea e intuitiva usando o contrabaixo
acústico, o piano preparado e mais de 140 pincéis de diversos artistas
plásticos.
Parte da música é executada ao vivo pelos quatro intérpretes,
que usam como elementos os pincéis e quilos de arroz.
Assim como os corpos, os pincéis têm suas histórias e evocam a
memória das obras que um dia configuraram e na contemporaneidade ganharam novos
espaços.
É interessante ressaltar, que o intérprete da dança vira
compositor da própria trilha e o músico da obra, intérprete do corpo. Ambos usam
o pincel como fio condutor para suas linguagens.
Optando pela multidisciplinaridade de processos, o trabalho
preza pela inteiração com o público presente, tornando o espectador um co-pintor
da obra à sua frente.
Com duração de aproximadamente 45 minutos “Pincel do Som” propõe
uma reflexão com o público ao término da apresentação.
Durante cada espetáculo um artista plástico é convidado para
compor uma obra simultaneamente a apresentação.